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Taça de Portugal
P. Ferreira – Benfica: Jorge Jesus leva 20 jogadores à Mata Real
O encontro da primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal está agendado para as 20 horas desta quarta-feira, 30 de Janeiro, na Mata Real.
Lista de convocados:
Guarda-redes – Artur Moraes e Paulo Lopes;
Defesas – André Almeida, Luisão, Luisinho, Garay, Melgarejo, Jardel e Maxi Pereira;
Médios – Enzo Perez, Ola John, André Gomes, Gaitán, Urreta, Salvio, Matic e Aimar;
Avançados – Lima, Kardec e Rodrigo.
Antevisão ao jogo com o Paços de Ferreira
Jorge Jesus: “O que importa é a responsabilidade que temos”
“O Benfica foi a única equipa que ganhou até agora em Paços de Ferreira. É uma meia-final da Taça de Portugal e, independentemente do nome do adversário, o que importa é a responsabilidade que temos”, afirmou Jorge Jesus.
O conjunto nortenho tem sido uma das surpresas da presente temporada, no entanto, o timoneiro espera que o grupo ultrapasse as dificuldades no desafio desta quarta-feira. “O Paços de Ferreira está a fazer um excelente Campeonato, bem como uma boa Taça de Portugal. Isso transmite o poder do Paços, mas convivemos com isso nos jogos frente às outras equipas, com mais ou menos dificuldades. O objectivo do Benfica é chegar ao Jamor e vamos tentar que seja uma realidade”, disse.
Questionado sobre o facto das meias-finais da Taça de Portugal serem disputadas a duas mãos, Jorge Jesus considerou que isso não é sinónimo de vantagem para o Benfica: “São os regulamentos. Já sabíamos que era assim quando começámos a Taça e teoricamente pode favorecer a equipa mais forte, mas isso, na prática, pode não acontecer. Vamos ver como corre o jogo em Paços e depois em Lisboa.”
Em relação ao resto da temporada, Jorge Jesus espera que o Benfica “continue a ser uma equipa competitiva e com qualidade para continuar a superar os adversários”.
O Paços de Ferreira – Benfica realiza-se esta quarta-feira, dia 30 de Janeiro, na Mata Real. O jogo tem início marcado para as 20 horas.
SC Braga – Benfica, 1-2
Jorge Jesus: “Esta vitória tem uma quota-parte dos adeptos”
“O Benfica fez uma primeira parte muito boa e penso que também surpreendemos o Braga com a nova forma que apresentámos no jogo. Fizemos dois golos no primeiro tempo e poderíamos ter feito mais”, começou por analisar.
Jorge Jesus referiu que “o Benfica controlou o resultado no segundo tempo”, sofrendo um golo que já não estava à espera. Para o treinador, a vitória assenta bem ao conjunto da Luz. “Fomos uns vencedores brilhantes. Esta vitória tem uma quota-parte dos adeptos do Benfica que vieram ao Estádio do Braga. Ajudaram imenso e deram-nos muita força”, sublinhou.
SC Braga – Benfica, 1-2
Gaitán: “Creio que a equipa fez um grande jogo”
“Creio que a equipa fez um grande jogo e conseguiu os golos nos momentos certos e esses foram fundamentais para a vantagem que conseguimos. Hoje estamos todos de parabéns”, frisou.
O argentino não se mostrou surpreendido com a subida no terreno do adversário e lembrou que o Benfica esteve sempre bem. “Sabíamos que eles iam tentar atacar mais, mas a equipa esteve sempre bem”, realçou.
Gaitán jogou na posição “10”, mas não admitiu que se sente melhor nessa, pois o que quer é jogar para ajudar o Clube. “Jogo em qualquer lado que o treinador queira, pois quero é ajudar o Benfica”, afirmou.
SC Braga – Benfica, 1-2
Destaques: Gaitán assistiu de bandeja Salvio e Lima para golo
Artur Moraes – Teve uma grande intervenção à passagem do minuto dez e apesar de alguns lances de perigo na sua área, controlou sempre as operações. Aos 64’ voltou a estar em evidência entre os postes.
Maxi Pereira – Não subiu tanto como habitual, muito devido a um Ismaily muito ofensivo no seu corredor. Porém, em termos defensivos fez um jogo bastante interessante.
Luisão – Na área fez alguns cortes providenciais a centros “venenosos” do SC Braga. Quando a jogar de costas de baliza, Eder sentiu a presença do capitão “encarnado” que não lhe permitiu veleidades.
Jardel – Mais rápido do que Luisão, o camisola 33 tinha a missão de estar atento às movimentações de Eder, Alan e Mossoró, quando estes vinham de trás para a frente embalados. Fez alguns cortes importantes, mas no golo bracarense falhou o tempo de salto.
Melgarejo – O melhor elogio que se pode fazer ao paraguaio é que Alan e Leandro Salino tiveram dificuldades em aparecerem no jogo. Sereno em termos defensivos, tentou subir pelo seu flanco.
Matic – Na posição “6” é um senhor e uma presença incontornável para os seus companheiros e, principalmente, para os adversários. Parece estar sempre em todo o lado, tal é a pressão que exerce ao portador da bola. Fundamental a lançar a equipa para o ataque e nos lances aéreos.
Enzo Perez – Entrou com algum fulgor, mas esteve um pouco trapalhão com a bola nos pés durante os primeiros minutos. Teve importância fulcral na contensão que a equipa do Benfica quis colocar no jogo e nos quilómetros que correu, quando os bracarenses subiram de rendimento.
Nicolás Gaitán – Esteve nos lances mais importantes da partida. Assistiu Salvio para o primeiro e Lima para o segundo num rápido contra-ataque. Organizou o jogo benfiquista, distribuindo a bola pelos flancos de forma madura. Recuperou uma série de bolas no meio-campo na etapa complementar.
Salvio – Esteve endiabrado. Aos 4’ inaugurou o marcador num lance de insistência. Teve muita bola e deu muito trabalho a Ruben Amorim e a Ismaily. Ajudou e muito Maxi Pereira em termos defensivos. Aos 65 minutos voltou a ter o golo nos pés após excelente jogada individual.
Ola John – Tentou empregar a sua velocidade no jogo e não teve medo de partir para cima de Leandro Salino a fim de ganhar a linha de fundo. Quando foi preciso segurar o esférico também o soube fazer.
Lima – No dia que voltou a Braga teve uma excelente exibição. A sua simulação de corpo foi fundamental no golo de Salvio e é dele o segundo tento benfiquista com um forte remate cruzado. Expulsou Haas e saiu sob aplausos.
André Almeida – Entrou para ajudar o Benfica no meio-campo e em termos posicionais foi importante.
Urreta – Estreou-se no Campeonato em Braga e tentou mexer com o jogo com a sua velocidade.
Kardec – Entrou para queimar segundos.
16.ª ronda da Liga
SC Braga – Benfica, 1-2: Etapa superada e com distinção!
Com o goleador máximo da equipa no Campeonato fora das opções, o treinador Jorge Jesus apresentou um figurino ligeiramente diferente na frente de ataque, ao entregar o papel de Óscar Cardozo ao brasileiro Lima. Gaitán assumiu a construção do jogo ofensivo do Benfica, ficando as alas entregues a Ola John e Salvio.
Sabendo que tinha mais uma etapa complicada pela frente, o conjunto da Luz começou o desafio em alta rotação, deixando bem claro qual era a sua intenção nesta deslocação, ou seja, somar mais três pontos.
Enzo Perez deu o mote com um remate logo aos dois minutos. Com os olhos postos na baliza contrária, o primeiro tento surgiu num jogada bem desenhada, onde Gaitán serviu Salvio no interior da área bracarense. O argentino viu o seu primeiro remate ser travado por Beto, mas não desistiu e tirou proveito disso mesmo, ao abrir o marcador. Estavam decorridos apenas quatro minutos de jogo.
Não se pense que a equipa abrandou o ritmo do encontro. A máquina ofensiva continuou a laborar muito bem, com os lances de perigo a aparecerem com naturalidade.
É verdade que a subtileza de alguns ainda procurou adulterar o que realmente se ia passando dentro das quatro linhas, no entanto, os jogadores do Benfica mantiveram-se focados no seu trabalho, não baixando a guarda em nenhum momento.
A competência apresentada voltou a dar frutos no encontro, desta feita aos 34 minutos. Após um pontapé de canto do adversário, Gaitán saiu em velocidade para o ataque, ganhando metros e metros aos jogadores contrários, servindo depois Lima com um passe extraordinário. O atacante brasileiro recebeu, trabalhou o lance e rematou para o fundo das redes, ampliando o resultado para 0-2.
O Benfica continuou a ser uma equipa bastante personalizada no segundo tempo, controlando os tempos do jogo, mas sem deixar de procurar fazer mais golos. Salvio, aos 65 minutos, esteve muito perto de conseguir o terceiro tento, no entanto, o guarda-redes Beto evitou essa situação com uma boa intervenção.
Apesar de não ter tido grandes oportunidades, o adversário reduziu o marcador aos 77 minutos, através de João Pedro. Nada que tenha manchado o trabalho desenvolvido pelo grupo de trabalho em Braga, antes pelo contrário.
Houve ainda a registar uma expulsão do jogador Haas, do SC Braga, após ter travado Lima quando este ia isolado para a baliza (84’).
O Benfica superou, assim, mais uma etapa na sua caminhada para o título nacional e, diga-se, com distinção.
Na próxima jornada da Liga, a equipa da Luz vai receber o Vitória de Setúbal. O desafio está agendado para o dia 3 de Fevereiro.
O Sport Lisboa e Benfica alinhou com a seguinte equipa: Artur Moraes; Maxi Pereira, Luisão, Jardel e Melgarejo; Matic, Enzo Perez, Salvio, Gaitán (Urreta, 83’) e Ola John (André Almeida, 67’); Lima (Kardec, 90’).
16.ª jornada do Campeonato
SC Braga – Benfica: Jorge Jesus leva 20 futebolistas ao Minho
O encontro entre o SC Braga e o Benfica está agendado para as 20h15 deste sábado, no estádio AXA, em Braga.
Lista de convocados:
Guarda-redes – Artur Moraes e Paulo Lopes;
Defesas – Luisão, Maxi Pereira, Miguel Vítor, Melgarejo, André Almeida e Jardel;
Médios – Ola John, Matic, Nicolás Gaitán, Enzo Perez, Salvio, Urreta, Pablo Aimar e André Gomes;
Avançados – Cardozo, Rodrigo, Lima e Kardec.
16.ª jornada do Campeonato
SC Braga – Benfica: Quebrar a malapata a partir das 20h15
Para esta partida, Benfica e Jorge Jesus têm uma malapata para quebrar. O Clube da Luz quer voltar a vencer na “Pedreira”, coisa que não faz desde 2008/09 e o técnico quer conseguir fazer algo inédito na sua carreira: Triunfar no estádio AXA.
Apesar da “Pedreira” ser estádio-talismã para os da cidade dos Arcebispos, a verdade é que no cômputo geral é o Benfica quem leva vantagem. Em Braga, as duas equipas já se defrontaram por 56 ocasiões, das quais os de Lisboa triunfaram 29 vezes e perderam por dez ocasiões. Em 17 vezes, o empate foi o resultado.
Esta história ou estatística, como lhe quiserem chamar, deve ser tida em conta por Jorge Jesus e pelos seus comandados a fim de terem uma atitude ganhadora e que lhes permita continuar no lugar cimeiro da tabela classificativa, quiçá, até ao final do Campeonato Nacional.
Referir ainda que, no Estádio da Luz, aquando da 1.ª jornada registou-se um empate a duas bolas.
Na antevisão SC Braga – Benfica
Jorge Jesus: “Quem joga para ganhar lida bem com a pressão”
Jorge Jesus salientou, em conferência de imprensa, a importância do jogo diante do SC Braga, isto num Campeonato em que todos os pontos são cruciais.
“O equilibro no topo da classificação deve-se ao facto de Benfica e FC Porto estarem a realizar um excelente Campeonato. Amanhã vamos jogar um jogo de nível muito alto e queremos vencer e continuar invictos”, referiu.
“O equilibro no topo da classificação deve-se ao facto de Benfica e FC Porto estarem a realizar um excelente Campeonato. Amanhã vamos jogar um jogo de nível muito alto e queremos vencer e continuar invictos”, referiu.
O técnico não tem dúvidas que a equipa está preparada para mais teste de peso. “A pressão é positiva. Quem joga para ganhar lida com isso facilmente. Queremos terminar o Campeonato sem derrotas, pois é para isso que trabalhamos, mas sabemos que não será fácil”, salientou.
Sobre a qualidade dos plantéis que orientou nos últimos anos no Benfica, o objectivo é conciliar a qualidade com o título: “O plantel de 2009/10 fica para a história porque foi o que se sagrou Campeão Nacional. Este ano queremos voltar a fazer história”, referiu Jorge Jesus, que revelou ainda que o central Garay é uma carta fora do baralho para Braga.
Antevisão SC Braga – Benfica
Jorge Jesus: “Sabemos que temos de ser melhores”
Jorge Jesus fez esta sexta-feira a antevisão à partida entre Benfica e SC Braga da 16.ª jornada do Campeonato Nacional. “O jogo enquadra-se dentro de aquilo que são os confrontos frente aos adversários mais complicados do Campeonato. O jogo em Braga está entre as deslocações mais difíceis, como são as de Alvalade e do Dragão”, afirmou o técnico em conferência de imprensa.
Em relação ao adversário é crucial saber superar as adversidades do encontro. “O SC Braga é uma boa equipa e sabemos que temos de ser melhores para sair com os três pontos”, afirmou.
Nos últimos três anos o Benfica não conseguiu vencer no Estádio AXA, mas Jorge Jesus sabe que a história não vence jogos. “Este é o meu quarto ano no Benfica e nunca vencemos em Braga, o que é sinal que o adversário é uma boa equipa, que se tem afirmado e crescido no Futebol português. Mas desta vez queremos ganhar”, referiu.
O SC Braga – Benfica está agendado para as 20h15 deste sábado, dia 26 de Janeiro.
71.º aniversário do “Pantera Negra”
Eusébio: “Ser Campeão e vencer a Taça era a melhor prenda”
Completa esta sexta-feira mais um aniversário. Um dia especial, claro!Completo, hoje, 71 anos e estou, sem dúvida, satisfeito por estar aqui reunido com outros Benfiquistas e que também nasceram no dia 25 de Janeiro.
Foi uma vida inteira no Futebol. Que balanço faz da actual equipa do Benfica?
Não gosto de falar de Futebol quando estou com os meus amigos. Não gosto de
recordar porque fico triste e é com muita pena que já não posso estar dentro das quarto linhas. Já chegou a minha idade ali, mas sempre que o Benfica joga nunca falho, vejo no Estádio ou através da televisão. Fecho o som e vejo só os movimentos e os golos que o Benfica marca, sempre a festejar.
Sábado, em Braga, será o início da 2.ª volta do Campeonato. Está confiante?
Espero que no sábado, contra o SC Braga, todos os jogadores façam um bom esforço. Era um bom presente de aniversário.
Qual o melhor presente que o Benfica lhe poderia dar?
Ser Campeão Nacional! Estou a falar por mim e pela voz de todos os benfiquistas. Ser Campeão Nacional e vencer a Taça de Portugal era a melhor prenda para todos os benfiquistas.
Guarda-redes completa 32 anos
Artur Moraes: “Foi uma honra estar ao lado de Eusébio”
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“Foi uma honra estar ao lado do Eusébio! Comemorar o meu aniversário ao lado dele, que é – sem dúvida nenhuma - o símbolo maior de Portugal, o “king”, o rei do Benfica, para mim é algo inesquecível. É uma alegria saber que em todos os meus aniversários vou estar a festejar um dia feliz na minha vida, no mesmo dia que ele também”, afirmou Artur Moraes, que foi um dos benfiquistas que esteve no Restaurante Adega da Tia Matilde, em Lisboa.
E como foi estar lado a lado com o Rei? “Estar ao lado do Eusébio é ouvir histórias lindas e maravilhosas de uma carreira repleta de sucesso. Espero poder fazer um bocadinho só daquilo que o Eusébio fez para o Futebol”, confessou.
Instado a recordar Eusébio dentro das quatro linhas, Artur não jogou à defesa: “Era um jogador que fazia toda a diferença e que resolvia qualquer partida. Quando rematava do seu pé, acredito que era quase 100% golo.”
“Pantera Negra” faz 71 anos!
Eusébio: E o Mundo não tardou a confundi-lo com Portugal...
Eusébio da Silva Ferreira!
Em Lourenço Marques, os Janeiros eram quentes, asfixiantes, quase incómodos. Havia manhãs em que parecia que um cobertor de papa, daqueles velhos cobertores que se amontoavam nos baús dos avós, tapava a cidade, da Ponta Vermelha e do Quartel de Artilharia, entalado entre a Rua Chaimite e a Rua Coolella, até ao fim da Avenida Manuel de Arriaga, para lá da Fábrica de Sabão e do Forno Crematório, da Baixa a Malhangalene e Munhuana, e para lá ainda, nos caminhos de Xipamanine.
No bairro da Mafalala, onde vivia D.ª Elisa Anissabana, era hábito as pessoas dormirem a sesta em redes estendidas entre dois coqueiros. Ou trazerem para fora das suas casas pequenas e abafadas, colchões de palha que estendiam no terreiro, à sombra de uma acácia de copa achatada e flores rubras. Colchões de palha forrada a serapilheira riscada a vermelho e branco: foi assim que, bem longe de Lourenço Marques, em Madrid, os jogadores do Atletico Aviación, mais tarde conhecido por Atlético de Madrid, ganharam a alcunha de “colchoneros”.
D.ª Elisa Anissabana: mãe de Eusébio. Antes dele já tivera três rapazes. Queria uma menina, agora. O dia 25 de Janeiro de 1942 não lhe fez a vontade. Nasceu-lhe outro rapaz. Chamou-se Eusébio. Da Silva Ferreira. O Mundo saberia, a devido tempo, decorar-lhe o nome. E pronunciá-lo de todas as formas. Euzibiú, Ózébio, Iuzibiô, Ouzébiou...O Mundo não tardou a confundi-lo com Portugal.
“Chego a convencer-me de que, enquanto os outros bebés aprenderam a andar, eu aprendi a chutar”, diria Eusébio, dezanove anos depois, numa entrevista concedida a Carlos Miranda. Um ano depois de chegar a Lisboa e à Metrópole, como então se dizia, Eusébio já era O Eusébio, e tinha uma história completa para contar.
Disse e repito: Eusébio conta-se a si próprio. “Não me lembro de brinquedos, não me lembro de jogos ou de partidas. Lembro-me da bola. Sempre da bola. A trapeira, se coisa melhor não se conseguia arranjar, lá nos coqueiros, em desafios sem fim, sem prazos de tempo nem balizas medidas. Jogar à bola, fosse como fosse, era tudo quanto desejávamos”. (...)
Eusébio fala, o Carlos Miranda escreve, a gente lê: “Eu já andava numa escola, claro, e algumas vezes, bom... houve umas gazetas, a minha mãe não gostava nada que eu andasse enfronhado no Futebol, apertava comigo, que me importasse com a escola e me deixasse dos pontapés na bola, mas eu não sei explicar, havia qualquer coisa que me puxava, sentia um frenesim no corpo que só se satisfazia com bola e mais bola. O resultado de tudo isto era uns puxões de orelhas bem grandes e, uma vez por outra, umas sovas que não eram brincadeira nenhuma.”
De nada serviu. Os irmãos estudam, Eusébio não. Alguns chegam a completar o liceu, ele desiste no fim da 4.ª classe. Estava escrito: seria Doutor em Futebol. Honoris causa!
O pai morre-lhe cedo. Angolano de nascimento, trabalhava nos Caminhos-de-ferro de Lourenço Marques e jogara Futebol no Ferroviário. Tinha 37 anos: o tétano não escolhia idades. Chamava-se Laurindo António da Silva Ferreira, natural de Malange. Não chegou a ver jogar o filho. Lá, na Mafalala, Lourenço Marques, Moçambique, em 1958, D.ª Elisa Anissabana gritava por Eusébio, mas Eusébio não vinha. Ficara de ir buscar o jantar da família, agora maior: D.ª Elisa Anissabana tivera a menina que tanto queria, tivera até mais duas, e já somava seis rapazes. No regresso, faltava um. Faltava um no campo da bola de terra vermelha, estavam dez para onze, Eusébio era preciso. Esqueceu o jantar, esqueceu a família. O chamado da bola era mais forte do que a voz da mãe. E, ainda por cima, a Mafalala ganhara um clube de Futebol: Futebol Clube Os Brasileiros. Futebol Clube Os Brasileiros: nome de pompa e circunstância.
E o Brasil, em 1966…
Eusébio. Há nomes assim: esse ponto final parágrafo aí em cima poderia ser um ponto absolutamente final. Ou seja: o livro estaria pronto, concluído, perfeito. Porque a Eusébio nada se acrescenta. Exagero subjectivo!, exclamarão alguns. Estão no seu direito. (...) Convenhamos: Eusébio escreveu-se a si próprio. Agora vou falar de outro nome fundamental: Nelson Rodrigues. A ele se devem as mais belas páginas escritas em português sobre Futebol. E, ao contrário do que possam pensar, Futebol e Literatura têm muito em comum. Têm muitíssimo em comum.
Nelson Rodrigues: “Em Futebol, o pior cego é o que só vê a bola. A mais sórdida pelada é de uma complexidade shakespeariana. Às vezes, num córner mal ou bem batido, há um toque evidentíssimo do sobrenatural”. Era aqui que queria chegar: Eusébio é demasiado complexo para ser objectivo.
Revejam o filme do primeiro golo de Eusébio contra o Brasil, em 1966, no Campeonato do Mundo de Inglaterra. Ou melhor, revejam-no depois do golo. Ele corre, de braço no ar. A cabeça está erguida, imperial, reparem bem: há no seu olhar, que abarca todo o estádio de Goodison Park, em Liverpool, a consciência de que a história está a passar por ele, pela sua passada elástica, veloz, o redor move-se em câmara lenta, só ele tem vida para além da vida corriqueira, insignificante, só ele ganha luz para além dessa vidinha de que falava Alexandre O’Neill e que acabrunhava o País triste. Corre, corre, corre, Eusébio corre.
Está apenas a comemorar um golo, mas até disso dir-se-ia depender a sua própria existência. Aquela corrida parece durar horas e horas. Aquela corrida merecia durar horas e horas.
Prestem bem atenção, agora: ele eleva-se no ar como se tivesse as asas nos pés de um Mercúrio negro. O seu braço erguido estende-se para lá do estádio, quase tocando o céu num soco vigoroso, vibrante. Não tirem os olhos dele: deixem-no ficar assim para sempre na parede lisa da vossa memória. Dificilmente Eusébio poderá ser tão Eusébio.
Lá está o que disse há pouco: demasiado complexo para ser objectivo. Lá está o que disse Nelson Rodrigues: “O pior cego é o que só vê a bola”.
A bola aqui pouco importa: estava colada no fundo da baliza de Manga, guarda-redes do Brasil. De forma irreversível. Como Eusébio na aldeia branca da nossa memória.
15.ª jornada
Jorge Jesus antevê este domingo jogo com Moreirense
A conferência de imprensa está marcada para as 16h30, no Estádio da Luz. De manhã, pelas 10 horas, o técnico irá orientar uma sessão de trabalho à porta fechada, no Caixa Futebol Campus.
Recorde-se que o jogo entre o Moreirense e o Benfica tem início previsto para as 20 horas, em Moreira de Cónegos.
Empate no clássico
Matic: “Todos os jogadores deram o seu melhor”
“Para o Benfica o empate nunca é um resultado positivo mas tentámos a vitória”, começou por afirmar.
Para Matic o mais importante foi o empenho e dedicação dos jogadores. “Todos os jogadores deram o seu melhor e isso é o mais importante”, concluiu.
Benfica – FC Porto, 2-2
Destaques individuais: Matic foi gigante no meio-campo
Artur Moraes – O guarda-redes brasileiro não foi feliz na intervenção que originou o segundo golo do adversário. De resto, Artur Moraes correspondeu a todas as situações a que foi chamado a intervir.
Maxi Pereira – Como é seu timbre, o lateral-direito uruguaio lutou até à exaustão.
Jardel – O central brasileiro fez a assistência para o primeiro golo do Benfica no encontro. Esteve ainda atento às acções atacantes do adversário, ficando na retina os cortes realizados aos 27’ e 71’.
Garay – O argentino bloqueou as poucas situações de perigo que houve no sector defensivo, tendo procurado ser uma mais-valia nas bolas paradas.
Melgarejo - O paraguaio esteve quase sempre bem em termos defensivos, ainda que não tenha estado tão activo no capítulo atacante.
Matic – O médio sérvio esteve simplesmente impecável no meio-campo quer ao nível do posicionamento, quer ao nível de passe. Matic juntou a isso um remate de belo efeito e que deu a igualdade a um golo.
Enzo Perez – O argentino não esteve tão em jogo como é habitual, nomeadamente no capítulo ofensivo. Ao ser amarelado no início do segundo tempo, Enzo Perez acabou por ser substituído por Carlos Martins.
Gaitán – Foi o autor do segundo golo das “águias” e procurou criar mais desequilíbrios na defesa contrária. No segundo tempo, Gaitán fez um passe extraordinário que Cardozo quase aproveitava para facturar.
Salvio – O argentino bem tentou desequilibrar no lado direito, arrancando vários pontapés de canto para os “encarnados”. Aos 67’, Salvio não foi feliz numa tentativa de remate.
Cardozo – O paraguaio trabalhou muito na frente de ataque, procurando ganhar várias bolas nas alturas. No segundo tempo, Cardozo dispôs de uma grande situação para fazer o 3-2, no entanto, o remate foi defendido por Helton, batendo depois no poste.
Lima – O brasileiro não facturou, no entanto, tentou abrir o caminho para baliza de Helton. Lima acabou por dar o lugar a Aimar.
Carlos Martins – O médio português entrou para dar força e capacidade de remate ao meio-campo benfiquista.
Aimar – O número 10 procurou dar mais criatividade ao centro de terreno, tendo sido nesse período que o Benfica esteve mais perto de resolver a partida a seu favor.
Ola John – O holandês foi a última aposta de Jorge Jesus para o encontro, contudo, teve pouco tempo para fazer a diferença.
Benfica - FC Porto, 2-2
Jorge Jesus e o clássico: “Foi uma partida muito intensa”
“Foi aquilo que o jogo ditou, uma igualdade. Foi uma partida muito intensa e o FC Porto fez uma pressão muito alta”, começou por referir.
Para o técnico “encarnado”, nenhum dos conjuntos ficou a ganhar com este resultado. “Quando se joga um clássico não é muito importante o factor casa porque ambas as equipas são fortes. Ninguém sai beneficiado com esta igualdade”, concluiu.
14.ª jornada da Liga
Benfica – FC Porto, 2-2: Empate mantém equipa no topo
Muito se falou de um clássico de emoções antes do duelo desta noite no Estádio da Luz. E emoção foi, precisamente, o que não faltou nos primeiros 16 minutos do primeiro tempo, com os golos a surgirem nas duas balizas.
A equipa comandada por Jorge Jesus começou determinada, no entanto, foi o conjunto forasteiro que acabou por chegar à vantagem, através de uma conclusão de Mangala (7’).
Os visitantes não tiveram tempo de festejar o golo, uma vez que a resposta do Benfica foi extremamente forte e com consequência directa na alteração no marcador. No interior da área contrária, Jardel assistiu, de cabeça, Matic para um remate absolutamente soberbo (9’).
A pressão intensa da equipa benfiquista quase fez estragos aos 12 minutos, mas Lima não conseguiu desferir o remate certeiro. A resposta do adversário surgiu outra vez num momento esporádico, aproveitando um colocação menos feliz da bola em jogo por parte do guarda-redes Artur Moraes. Jackson Martínez foi quem marcou o tento da formação nortenha (14’).
Tal como tinha acontecido no anterior golo do opositor, o Benfica atacou rapidamente a baliza de Helton, igualando num disparo fortíssimo de Gaitán no interior da área (16’). Estava feito o 2-2.
O jogo estava impróprio para cardíacos, mas acalmou com o passar dos minutos, apesar de o Benfica continuar a ser o conjunto com os olhos postos no ataque.
Perto da vitória…
O segundo tempo foi pautado por uma grande luta a meio-campo, ainda assim foi o Benfica quem teve as oportunidades mais claras para desfazer a igualdade. Após passe de Carlos Martins, recém-entrado para o lugar de Enzo Perez, Salvio rematou para defesa de Helton (67’).
Passaram dez minutos e Gaitán desmarcou, com um grande passe, Cardozo. O paraguaio fugiu perigosamente em direcção da baliza, no entanto, o remate acabou por ser desviado por Helton para o poste (77’).
Com este resultado, o Benfica mantém-se na liderança da tabela classificativa.
O Sport Lisboa e Benfica alinhou com a seguinte equipa: Artur Moraes; Maxi Pereira, Jardel, Garay e Melgarejo; Matic, Enzo Perez (Carlos Martins, 57’), Gaitán (Ola John, 87’) e Salvio; Cardozo e Lima (Aimar, 68’).
Antes do clássico
Cem golos na Liga: Cardozo homenageado pelo Clube
AnteS do grande clássico, o presidente do Sport Lisboa e Benfica, Luís Filipe Vieira, subiu ao relvado do Estádio da Luz para homenagear o avançado, com um galardão representativo do número de golos alcançado pelo paraguaio.
14.ª ronda da Liga
Jorge Jesus chama 20 atletas para o clássico desta noite
O Benfica – FC Porto tem início marcado para as 20h15!
Lista de convocados
Guarda-redes: Artur Moraes e Paulo Lopes;
Defesas: Maxi Pereira, André Almeida, Roderick Miranda, Jardel, Luisão, Garay e Melgarejo;
Médios: Matic, Carlos Martins, Enzo Perez, Aimar, Bruno César, Ola John, Gaitán e Salvio;
Avançados: Cardozo, Lima e Kardec.
Guarda-redes: Artur Moraes e Paulo Lopes;
Defesas: Maxi Pereira, André Almeida, Roderick Miranda, Jardel, Luisão, Garay e Melgarejo;
Médios: Matic, Carlos Martins, Enzo Perez, Aimar, Bruno César, Ola John, Gaitán e Salvio;
Avançados: Cardozo, Lima e Kardec.
Benfica – FC Porto neste domingo
Clássico: Só nós sentimos assim…(com vídeo)
Antevisão à 14.ª jornada da Liga
Jorge Jesus e o clássico: “Vai ser um Benfica a lutar pela vitória”
“Esta partida vale três pontos. Damos mais importância porque é um clássico. Na minha opinião não é mais do que isso. O vencedor pode ficar mentalmente mais confiante, mas este jogo não resolve nada”, começou por afirmar.
Para Jorge Jesus não haverá mudanças pelo nome do adversário. “A ideia da equipa do Benfica vai ser sempre a mesma. Não fugimos disso. A surpresa pode ser ao nível da estratégia de jogo”, admitiu.
Sobre os jogadores do rival, o técnico não individualizou: “Temos de ter cuidado com o Jackson Martinez ou com qualquer outro. Trabalhamos durante a semana a ter isso em conta.”
O Benfica que se pode esperar no Estádio da Luz, no jogo de domingo, é um Benfica a querer ganhar. “Vai ser um Benfica a lutar pela vitória. Todos os jogadores, de ambas as equipas, têm muita experiência e estes jogos já não mexem muito com os atletas. O Benfica vai à procura dos três pontos, dentro das ideias que tem mostrado”, assumiu.
Por norma, nos clássicos a atmosfera nas bancadas é extraordinária e o timoneiro conta com os adeptos para chegar aos três pontos. “O Benfica também faz a diferença pela assistência que costuma ter nos seus jogos. Seria bonito que o Estádio estivesse lotado, pois é uma força que vem de fora e que nos dá energia e confiança”, desejou.
O Benfica – FC Porto está agendado para as 20h15 de domingo, no Estádio da Luz.
Em conferência de imprensa
Jorge Jesus não abre o jogo sobre Cardozo, Luisão e Rodrigo
“Ainda não tenho a certeza absoluta, porque temos dois treinos para decidir. São jogadores que apresentam melhoras, mas não tenho certezas sobre se vão a jogo”, revelou, não deixando de acrescentar algo sobre o avançado hispano-brasileiro: “Tem treinado e tem-nos dado boas indicações. Estamos esperançados.”
Caso Cardozo e/ou Rodrigo não possam ir a jogo, Jorge Jesus acredita nos avançados que tem ao seu dispor, nomeadamente um. “Tenho o Alan Kardec. Temos de contar com ele. Esteve muito bem no último jogo e acreditamos nele”, considerou.
O treinador do FC Porto, em conferência de imprensa, teceu alguns comentários à equipa do Benfica e um deles mereceu este comentário do técnico benfiquista: “O treinador do rival tem o direito de afirmar o que quiser. O Benfica ainda está em quatro competições, Campeonato Nacional, Taça de Portugal, Taça da Liga e Liga Europa. Não estamos na Champions, mas não deixam de ser quatro.”
O Benfica – FC Porto está agendado para as 20h15 deste domingo, no Estádio da Luz.
Em declarações à Benfica TV
Valdo: “Um clássico é resolvido nos detalhes”
“Há já algum tempo que não havia um Campeonato tão equilibrado e um clássico é resolvido nos detalhes. A equipa que estiver mais aplicada, atenta, focada, determinada para que tal aconteça, vai sair do clássico com a vitória”, começou por analisar.
Valdo acredita que se o Benfica mantiver a sua postura poderá triunfar. “Vai ser um clássico estudado e bastante fechado, mas acredito que o Benfica conseguirá impor a sua força e sair com a vitória”, afirmou.
O ex-jogador do Benfica recordou o clássico que mais o marcou. “A vitória que obtivemos no antigo estádio das Antas, por 0-2, com dois golos do César Brito, que praticamente nos deu o título”, concluiu.
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