Mantorras é a alegria do povo
Trocou Sporting para fazer levantar bancadas na Luz
 
O jogo já estava nos descontos e com o Benfica a vencer, por 2-1. Mas o Estádio da Luz ainda teve tempo para “explodir” com aquele que viria a ser o último golo de Mantorras com a águia ao peito. A 23 de maio do ano passado, o angolano, de pé direito, marcou o 3.º golo dos encarnados no jogo que encerrava o campeonato frente ao Belenenses. Dificilmente acreditaria que não voltaria a dar tamanha alegria aos adeptos encarnados.
 
Foram muitas as vezes em que só o facto de Mantorras saltar do banco para aquecer motivava estrondosa ovação. Essa foi mais uma das ocasiões que provaram a enorme ligação afetiva com os adeptos, numa temporada na qual jogou apenas cinco encontros, todos na condição de suplente utilizado.
 
Mas foi também em 2008/2009 que ofereceu a vitória ao Benfica de Quique Flores frente ao Rio Ave, numa partida realizada a 31 de janeiro, também na Luz: entrou aos 66 minutos e apontou o único golo dos encarnados.
 
Rival à espera
 
Pelo menino pobre que comprou os primeiros sapatos já em Lisboa e que fizeram com que parecesse “um jogador de hóquei em patins” – “Aquilo escorregava muito. A sola não tinha pitons, era lisa, de couro, do melhor para patinar na carpete”, recordou no seu livro – já passaram muitos anos. E também por aquele que deixou o Sporting “pendurado”, depois de uma conversa com Luís Filipe Vieira. “Treinava em Alverca convencido de que seria apresentado às sete horas da tarde em Alvalade. Ia ganhar 70 mil euros por mês.” Do emblema ribatejano saiu, sim, mas para a Luz, onde foi fortalecendo uma anormal relação com as bancadas. Um fenómeno.

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