-Não. Acho que não estou diferente. Estou a fazer as mesmas coisas e não me sinto mais importante. O que se passa é que agora estou a marcar muito mais golos, porque a equipa está a jogar para mim. Temos treinado muito para marcar golos, e isso beneficia-me.
Falhou dois penáltis no início da época, mas continua a ser o marcador oficial da equipa. Houve influência de Jorge Jesus para que continuasse a marcar as grandes penalidades?
-A minha atitude será sempre a mesma. Mesmo que falhe cinco penáltis seguidos, vou manter a atitude: agarrar na bola e bater a próxima grande penalidade, porque, sempre que parto para a bola, penso que vou marcar. Não fiquei minimamente afectado por ter falhado esses dois penáltis. Também é verdade que o Jorge Jesus e os meus companheiros me deram confiança para continuar a marcar.
A marcar com esta cadência, mais de um golo por jogo, certamente que lhe passa pela cabeça a conquista do troféu de melhor marcador…
-Não tenho nenhuma meta estabelecida. Estou a jogar bem, estou a marcar golos, mas só me realizo verdadeiramente se a equipa ganhar. Esse é sempre o meu grande objectivo.
Mas concorda que, para um avançado, sobretudo de um clube grande, o título de melhor marcador está sempre presente no pensamento…
Claro. Seria muito lindo que fôssemos campeões e eu conseguisse o título de máximo goleador da prova. Mas, sinceramente, nunca penso nas coisas em termos individuais; o que me passa pela cabeça sempre é ajudar o Benfica. Quero que os meus golos ajudem o clube a vencer o campeonato. Vou tentar marcar em todos os jogos.
Nesse campeonato individual, terá de se bater com jogadores como Falcao e Liedson, que, embora não esteja a marcar de forma regular, é sempre um jogador a ter em conta. Concorda que estes serão os seus principais adversários?
-É verdade. Mas temos de incluir, nesse lote, o Hulk e o Farías, todos excelentes jogadores. Há vários jogadores neste campeonato que podem conquistar esse título. Mesmo no Benfica, há outros nomes, como o Saviola, o Weldon e o Nuno Gomes. São muito importantes para nós.
Como é que Jorge Jesus prepara a equipa para marcar tantos golos?
-É tudo uma questão de aproveitamento. Em todos os jogos, criamos inúmeras oportunidades de golo e temos aproveitado as ocasiões.
No ano passado, tinha de concorrer com Suazo – antes de ele se lesionar – por um lugar na equipa. Agora tem assumido todo o protagonismo, deixando jogadores como Keirrison ou Nuno Gomes em segundo plano. Concorda?
-Não sinto as coisas assim. Tenho sido o escolhido para jogar no ataque, mas os meus colegas também têm estado muito bem. Não concordo com essa análise. Estou a jogar bem, tal como os meus companheiros.
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