Como cresceram os bebés
Poucos se lembram de clássico com portimonense
 
Os desafios entre Benfica e Portimonense tornaram-se num clássico durante a década de 80. No entanto, poucos são os jogadores do plantel encarnados, que se lembram desses duelos. Dos elementos que deverão integrar o onze que amanhã subirá ao relvado do Estádio Algarve, talvez apenas Carlos Martins tenha ideia dos jogos dos lisboetas com os algarvios.
 
Há 20 anos, a última vez que Benfica e Portimonense esgrimiram forças para o campeonato, o médio fazia do empedrado junto da sua casa, em Gavinhos de Cima (Oliveira do Hospital), o seu campo de futebol. Tinha 7 anos. “Ó Jorge! Cuidado com os telhados!”, advertiam os vizinhos
 
Só aos 8 anos é que o miúdo Carlos Jorge Martins começou a jogar futebol a sério, no Tourizense. Aos 11, transferir-se-ia para o Sporting. O sonho de atingir um patamar elevado no futebol começava, então, a ganhar forma.
 
Do outro lado
 
 maioria dos prováveis titulares amanhã ainda não tinha começado a escola primária. Kardec, com um ano, provavelmente ainda mal dizia “mãe” e “pai”. David Luiz, Gaitán, Coentrão e Javi García ainda davam os primeiros passos. Já Saviola, Aimar e Luisão estariam a terminar o 1.º ciclo escolar e tinham o desejo de vingar no futebol bem definido. O campeonato português não era, certamente, o centro das atenções dos sul-americanos.
 
Hoje, com mais ou menos mediatismo, ninguém se pode queixar da oportunidade que o futebol lhes deu. Contudo, tiveram de passar privações e dificuldades até chegarem a este ponto. Afinal, passaram-se mais de duas décadas desde que Benfica e Portimonense se defrontaram na Luz, em março de 1990.
 
Nascido em Diadema (sul de São Paulo), David Luiz pediu um skate aos pais quando tinha apenas 4 anos. Também nessa altura iniciou-se no judo. Até tinha jeito, mas a sua luta seria outra: chegar à seleção brasileira. Por causa desse sonho, sacrificou a vida familiar. Aos 16 anos, deixou a casa dos pais e rumou até à Baía. Aos 19, estreou-se na equipa principal do Benfica. Hoje, é um dos rostos da renovação do escrete.
 
Gaitán também sabe o que custa ganhar a vida. Nascido no seio de família com parcos recursos financeiros, seria obrigado a vender flores nos comboios. Só mais tarde, quando arriscou no futebol, seria descoberto pelo olho de lince de Ramón Maddoni, uma sumidade na deteção de talentos na Argentina. O Boca Juniors, colosso daquele país, seria o destino.

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